quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Contos de Cecilia...

imagem do google/ escreverlerviver

CECILIA MEIRELES
Canção da tarde no campo
Caminho do campo verde
estrada depois de estrada.
Cerca de flores, palmeiras,
serra azul, água calada.

Eu ando sozinha
no meio do vale.
Mas a tarde é minha.

Meus pés vão pisando a terra
Que é a imagem da minha vida:
tão vazia, mas tão bela,
tão certa, mas tão perdida!

Eu ando sozinha
por cima de pedras.
Mas a tarde é minha.

Os meus passos no caminho
são como os passos da lua;
vou chegando, vai fugindo,
minha alma é a sombra da tua.

Eu ando sozinha
por dentro de bosques.
Mas a fonte é minha.

De tanto olhar para longe,
não vejo o que passa perto,
meu peito é puro deserto.
Subo monte, desço monte.

Eu ando sozinha
ao longo da noite.
Mas a estrela é minha.

Sempre Cecilia... Grande beijo Bianca Dias

Seguindo Bia...

imagem do estadão
   Primeiro veio a bicicleta, companheira desde a época em que Vanessa Prezoto morava no interior de São Paulo e usava a magrela para ir para cima e para baixo. Depois, surgiu a ideia de trabalhar a história como se as páginas, abertas, fossem uma só. Na horizontal mesmo, para dar movimento, fluidez à leitura. Apareceu, então, o desejo de falar de coisas simples, do cotidiano. Foi mais ou menos assim que nasceu O Lanche, segundo livro-imagem de Vanessa. Engana-se quem pensa que o livro-imagem é coisa (só) de criança. Um dos gêneros da chamada literatura infantil que mais se desenvolveram na história recente, ele ganhou este nome por não possuir textos, apenas imagens. É diferente daqueles em que a ilustração apoia ou complementa o texto. Possibilita inúmeras interpretações. É a própria narrativa, mas permite ir além. À primeira vista, O Lanche é simples. Fala de uma menina, que, de bicicleta, vai até a padaria com um gato e um cachorro. Mas pode dizer mais, dependendo dos olhos do leitor. Trata de amizade, companheirismo, das coisas do dia a dia que podem, sim, nos dar prazer. O livro-imagem não é novo: há registros que datam do século 18. A diferença é que esse tipo de objeto deixou de ser tido como a porta de entrada da criança ainda não alfabetizada no mundo literário. Hoje, encanta os mais variados públicos e é visto como literatura. Outro engano é achar que a leitura de um livro-imagem é fácil, óbvia. Assim como aprendemos a decifrar as letras, palavras e frases numa história escrita, também é preciso “alfabetizar” o olhar para a narrativa puramente visual. Entender as cores, a técnica, o estilo dos desenhos, o projeto gráfico. Em O Lanche, Vanessa explorou a textura do papel, com tintas e carimbos. “Aproveitei os rastros que o pastel seco fazem para dar ideia de movimento, com um desenho mais limpo, sem muitos detalhes”, conta. A autora abusou das cores, em tons pouco usuais: o verde virou verde-água; o amarelo, mostarda. No Brasil, o livro-imagem ganhou espaço e se fortaleceu quando, em 2005, o Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE) passou a selecionar obras do gênero para a rede pública de ensino, atraindo o interesse de editoras e autores. Que venham outros, muitos outros! Serviço O Lanche Autora: Vanessa Prezoto Editora: Tordesilhinhas
Texto super interessante para leitores pequeninos da Jornalista Bia Reis colunista do Estadão... Sou fã dos seus textos, para quem quiser ver mais matérias dela é só acessar a página do estadão pelo testo acima e boa leitura.